O contrato fechado entre o Flamengo e a casa de apostas Betano, considerado um dos maiores já assinados por um clube brasileiro, não deve provocar uma onda de reajustes para as demais equipes do país. A avaliação é do jornalista Mauro Cezar Pereira, que aponta condições de mercado adversas e incertezas regulatórias como principais barreiras a um eventual “efeito cascata”.
Tributação pressiona operadoras
Segundo o colunista, o setor de apostas enfrenta um cenário de margens reduzidas após a recente tributação imposta pelo governo federal. Algumas empresas teriam relatado dificuldades para manter os aportes atuais, e apenas poucas estariam em posição de aumentar investimentos. O exemplo citado é a Pixbet, que atrasou repasses ao próprio Flamengo e teve o contrato rescindido há uma semana.
Reajustes negados
Agremiações do Sul do país que compartilham patrocinadores com o clube carioca já tentaram negociar valores maiores, mas receberam negativas. Outros times também ouviram “não” de empresas do segmento, reforçando a percepção de que o momento não favorece novas altas.
Movimento estratégico da Betano
Mauro Cezar sustenta que o aporte na camisa rubro-negra corresponde a uma estratégia pontual da Betano para ampliar participação no mercado nacional, e não ao início de uma escalada generalizada de cifras. O colunista descreve a decisão como uma “cartada elevada” voltada a consolidar a marca no universo das apostas esportivas no Brasil.
Risco de cobrança retroativa
Enquanto isso, operadoras que chegaram após a regulamentação reclamam de concorrentes que atuaram antes das regras vigentes e faturaram sem pagar tributos. Em Brasília, há articulações para cobrar impostos retroativamente dessas empresas, o que poderia gerar obrigações de bilhões de reais e afetar a saúde financeira de parte do setor.

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Para o jornalista, a possibilidade de mudanças repentinas no marco regulatório mantém o ambiente instável, tornando improvável que outros clubes consigam replicar, no curto prazo, os valores obtidos pelo Flamengo com a Betano.
Com informações de UOL