Futebol Internacional
Estudiantes de La Plata completa 116 anos; relembre capítulos marcantes envolvendo brasileiros

Quando se fala em gigantes do futebol argentino, naturalmente vem à cabeça a dupla Boca Juniors e River Plate. Para os próprios argentinos, esta definição se estende a um grupo de cinco equipes, o qual inclui também Independiente, Racing e San Lorenzo. Tal separação, no entanto, tira a atenção para um tetracampeão da Libertadores, campeão mundial e corriqueiro na vida das equipes brasileiras.
Falamos do aniversariante do dia, o Estudiantes, fundado em 4 de agosto de 1905. Muitos fãs de futebol consideram que a Argentina deveria se desfazer do chamado Grupo dos Cinco Grandes, tendo como uma das principais razões a exclusão do tradicionalíssimo León do “rol da fama nacional”.
Campeão da Libertadores em três temporadas consecutivas, 1968, 1969 e 1970, além de 2009, equipe da cidade de La Plata, na Grande Buenos Aires, foi campeã mundial na casa do Manchester United em 68 e faturou ainda seis títulos argentinos, somadas todas as eras do campeonato nacional.
Ademais, pertence ao imaginário brasileiro pela sua presença, especialmente recente, em confrontos contra equipes do Brasil pelas competições continentais. Três finais, capítulos inusitados… vamos lembrar de alguns destes encontros entre Pincha e Brasil:
1 – Melhor de três para a taça: Palmeiras (1968)
Após a disputa de diversos amistosos, em excursões ao Brasil ao longo das últimas três décadas, o Estudiantes enfrentou uma equipe brasileira de forma oficial pela primeira vez em 1968. E foi logo na final da Libertadores, justamente em sua estreia na competição continental. O adversário era o Palmeiras, dos tempos da Academia do Futebol.
A primeira partida foi disputada no Ciudad de La Plata, na Argentina, e terminou com vitória do Estudiantes por 2 a 1. Na semana seguinte, no Pacaembu, o Palmeiras venceu por 3 a 1. Em tempos mais novos, o placar agregado das duas partidas daria a taça ao Verdão, mas, na época, a decisão vinha na terceira partida, disputada em campo neutro, no Centenario de Montevidéu. 2 a 0 para os argentinos e título garantido.
2 – A Batalha de La Plata: Grêmio (1983)
Pela semifinal da Libertadores 1983, Estudiantes e Grêmio dividiam com o América de Cali o Triangular 1 para definir um dos finalistas. E, numa decisiva partida entre argentinos e brasileiros, o Tricolor Gaúcho precisava da vitória para confirmar a vaga.
Mas um clima hostil permeava o Jorge Luis Bianchi, casa do León. Inflamados pela Guerra das Malvinas e um suposto apoio brasileiro aos ingleses – jamais confirmado: o que se revela hoje em dia é justamente o oposto –, torcedores argentinos trataram a partida como uma batalha, e assim transformaram-na.
As agressões eram tantas que o time da casa terminou a primeira etapa com dois jogadores a menos. Em campo, ainda conseguiu abrir o placar, com Gurrieri, mas o Grêmio igualou, com Osvaldo. Na segunda etapa, uma agressão covarde fraturou a tíbia do atacante Caio e Cesar veio para seu lugar. E justamente o atacante gremista aproveitou bela jogada de Renato Gaúcho e virou o jogo. Posteriormente, o próprio Renato marcou o 3 a 1, que praticamente decidia a partida.
O tempo passava e o time argentino não parava de agredir. Mais dois expulsos. 11 gremistas contra sete do Estudiantes, vantagem boa no placar. A classificação parecia garantida pelo Grêmio. Mas como no “parecer” ainda há espaço para o improvável, o surreal aconteceu: Gurrieri marcou novamente, diminuindo o placar e Russo, aos 44 da etapa final, empatou para o Estudiantes.
Festa imensurável em La Plata, mas que se encerrou naquela noite. O time argentino ficou no empate com o América de Cali e permitiu ao Grêmio se classificar para vencer sua primeira Libertadores. Anos mais tarde, o Imortal se inspirou no contexto dos “11 contra 7” para protagonizar a sua própria batalha, a chamada Batalha dos Aflitos, de 2005.
3 – Jogador-árbitro: Botafogo (2008)
Um fato inusitado tomou conta do confronto entre Estudiantes e Botafogo, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana 2008. O time argentino venceu a partida de ida por 2 a 0, em La Plata, o que colocava toda a pressão para o time brasileiro na volta, disputada no Nilton Santos.
A tensão aumentava, o Botafogo via o tempo correr e não conseguia o placar necessário para reverter a desvantagem, até vir um momento jamais visto na história do futebol sul-americano, quiçá mundial: inconformado com o segundo cartão amarelo, o zagueiro André Luís, do Fogão, tirou o cartão da mão do árbitro chileno Carlos Chandía e o apontou para o próprio juiz.
Obviamente, o árbitro manteve a decisão de expulsar o zagueiro. A partida acabou 2 a 2, e o time argentino seguiu adiante, para a história seguinte:
4 – A decisão da Sul-Americana: Internacional (2008)
Depois do Botafogo, o time argentino bateu o compatriota Argentinos Juniors para chegar à decisão da Copa Sul-Americana de 2008, onde encarou o Internacional, que, por sua vez, também fazia bonito: deixava pelo caminho Universidad Católica, Boca Juniors e Chivas Guadalajara.
Duas temporadas após vencer sua primeira Libertadores, o Colorado buscava manter o grande momento e adicionar outra taça continental à sua galeria. Mas seria mais difícil do que se imaginava: após vencer a primeira partida em La Plata, com gol de Alex, o Colorado precisaria somente do empate no Beira Rio, mas viu Alayes marcar na segunda etapa e igualar o agregado.
A partida foi para a prorrogação, o Inter foi para cima e venceu de forma heroica. Após bate-rebate em cobrança de escanteio, Nilmar estufou as redes de Andújar e pôs o time brasileiro à frente no placar agregado, comemorando o título. Mas aquela equipe do Estudiantes ainda daria o que falar…
5 – A ducha gelada no Mineirão: Cruzeiro (2009)
Vice-campeão da Sul-Americana, o Estudiantes manteve a base forte para a disputa da Libertadores 2009. Comandado pela classe de Juan Sebastián Verón, a equipe de La Plata encontrou o Cruzeiro primeiramente na fase de grupos, no que já se produziram dois grandes embates: 4 a 0 para o Pincha no Ciudad de La Plata e 3 a 0 para a Raposa no Mineirão.
As duas equipes passaram de fase, foram avançando etapa por etapa, até que se encontraram novamente na final. O Cruzeiro estava disposto a vingar o Palmeiras de 1968 e vencer a Libertadores sobre o forte time argentino, que buscava, 39 anos depois, voltar a levantar uma taça continental.
Os palcos da decisão eram os mesmos que receberam as partidas da primeira fase. E o 0 a 0 em La Plata foi favorável ao Cruzeiro, não apenas por depender de uma vitória simples em casa, mas por segurar o adversário a quem fora goleado no mesmo estádio.
Mas havia a tarefa de vencer no Mineirão. O jogo era frio, até que a equipe comandada por Adílson Batista abriu o placar no início da segunda etapa, com Henrique, e incendiou o Gigante da Pampulha. Mas nem deu tempo para comemorar e o empate saíra, com Fernández.
Com frieza impressionante, o time argentino não sentiu o Mineirão lotado e partiu para cima, buscando a virada. Até que, faltando 20 minutos de jogo, Verón cobrou escanteio e Boselli, aquele que passou pelo Corinthians, testou firme para virar o jogo para a equipe de Alejandro Sabella, que esteve na Batalha de La Plata de 1983 como jogador e vencia a Libertadores como treinador.
Futebol Europeu
Brasileiros do FK Bylis celebram título e acesso à primeira divisão na Albânia

João Ananias e Birungueta ajudaram o time da pequena cidade de Ballsh a conquistar a Kategoria E Pare, a Segunda Divisão albanesa, além de recolocar o clube na elite do futebol do país balcânico.
Os meio-campistas João Ananias e Birungueta deixaram o Brasil e desembarcaram na Albânia com a intenção de ajudar o FK Bylis, clube da pequena cidade de Ballsh, a retornar à elite do futebol albanês depois da queda na temporada passada. A Kategoria E Pare, Segunda Divisão do país, chegou ao fim no último sábado (07), e a meta dos brasileiros foi alcançada em grande estilo, não só com o acesso, mas também, com o título da competição.
Contratados para a disputa de 2021/22, os dois meias foram peças fundamentais na campanha bem-sucedida do Bylis, que volta como campeão para a Kategoria Superiore, a Primeira Divisão albanesa, após obter 22 vitórias, três empates e apenas cinco derrotas em 30 rodadas, terminando o campeonato com 69 pontos, dois a mais que o vice-campeão, Erzeni Shijak.
João Ananias, que já defendeu equipes como Náutico, Santa Cruz, Joinville, Cuiabá e Brasil de Pelotas, comemorou bastante a conquista em solo europeu. Para o atleta de 31 anos, é um momento importante que ficará marcado em sua memória.
“Contente demais por tudo o que alcançamos. Desde que chegamos no clube sabíamos que o foco era voltar para a primeira divisão. Todos abraçaram a ideia e se dedicaram muito. Conseguimos realizar o objetivo e ainda terminar como campeões, o que ficou melhor ainda. Agradeço muito a Deus, pois é algo que nunca esqueceremos. Deixamos nosso nome gravado na história do Bylis, e isso é para sempre”, festejou Ananias.
Com passagens por Treze, Bahia de Feira, Itabaiana e Jacuipense, Birungueta celebrou sua segunda taça no país balcânico. Em 2016, o jogador já havia faturado a Copa da Albânia, quando atuou pelo FK Kukësi. O meia-atacante de 28 anos celebrou o novo troféu e o dedicou a sua família.
“Deus tem sempre um propósito em nossas vidas. Quis Ele que eu retornasse pra Albânia e fosse agraciado novamente. Todos estão de parabéns, pois fizemos uma campanha muito bonita e fomos coroados no final. É uma sensação incrível, de dever cumprido. Esse título com certeza vai para minha esposa e meu filho que estão comigo o tempo todo, seja na adversidade ou na alegria”, declarou Birungueta.
Futebol Europeu
Hoje na Salernitana, Diego Perotti fala sobre passagem pelo Fenerbahçe: “me senti abandonado”

O meia-atacante argentino Diego Perotti, hoje atleta da Salernitana, time da primeira divisão do Campeonato Italiano, comentou detalhes sobre a passagem pelo clube anterior, o Fenerbahçe, da Turquia. Durante a temporada 2020-21, única pelo clube turco, Perotti sofreu uma grave lesão no clássico contra o Besiktas, no dia 29 de dezembro de 2020, e não mais pôde atuar pela equipe.
Desde então, Perotti só foi entrar em campo novamente no dia 7 de fevereiro, quando a Salernitana encarou o Spezia pela Série A Tim, ou seja, 405 dias depois. Nas partidas subsequentes, o argentino ganhava minutos na cancha, sempre vindo do banco de reservas.
“Depois da transferência para o Salernitana, sinto que comecei do zero. Estava em casa há alguns meses e agora sinto falta do vestiário, do cheiro da grama, das partidas e mesmo sendo chutado [do Fenerbahçe]”, declara Perotti.
Este enorme vácuo significa que o jogador de 33 anos passou 2021 inteiro sem jogar futebol. De janeiro até agosto de 2021, quando se encerrou o contrato com o Fenerbahçe, o jogador ficou inutilizado pelo clube. E a situação foi um claro incômodo para ele.
“Os últimos 2 anos foram muito difíceis porque tenho lidado com vários problemas. Infelizmente, tive algumas lesões e problemas com o clube do Fenerbahçe. Senti-me abandonado e não merecia aos 33 anos”, disse o jogador.
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Gratidão…
Perotti se mostra grato à nova oportunidade concedida pelo Salernitana e garante que ficará no clube mesmo se o rebaixamento à Série B se concretizar.
“Walter Sabatini [diretor de futebol da Salernitana] me trouxe de volta à vida. Graças a ele, voltei ao futebol. Caso contrário, desisto do futebol. Sempre serei grato a ele. Porque foi um grande risco correr alguém que não jogava futebol há mais de um ano. Ele me ligou e eu estava em Salerno no dia seguinte”, declarou.
O clube granata ocupa a lanterna do Campeonato Italiano, estando dez pontos atrás do Cagliari, primeiro fora da zona de rebaixamento. Ainda assim, estes detalhes parecem secundários a partir das palavras que o argentino tece com relação ao clube e à nova vida:
“Livrar-se do rebaixamento não depende apenas de nós. Faltam alguns jogos e temos mais alguns pontos para disputar. Dou o meu melhor”, diz o meia.
“Não esperava uma recepção. Estou bem na Salernitana, a cidade é linda e vai ficar ainda muito mais bonita. Mesmo que sejamos rebaixados, continuarei em Salerno”, completou.
Futebol Europeu
Renova ou sai? Futuro de Bernardo Silva no Manchester City segue uma incógnita
Atacante português fala sobre questões pessoais e indica que tratará com o City em hora oportuna

Uma das principais peças da equipe de Pep Guardiola, o meia-atacante português Bernardo Silva tem vínculo com o Manchester City até 2025, mas foi alvo de especulações de que estaria insatisfeito e faria um pedido para deixar o clube. Daquele momento em diante, a situação estabilizou, mas ainda não tem uma definição – e o jogador acaba por deixar o futuro ainda em aberto.
Em entrevista ao jornal inglês The Times, nesta sexta-feira (04), o jogador de 27 anos falou sobre a tristeza que sentia durante o período de lockdown e paralisação do futebol, devido ao estágio mais crítico da pandemia da covid-19, em 2020, dentre outros assuntos pessoais. Sobre sua vida no Manchester City, declarou que ainda é cedo para tomar uma decisão.
“Ao final da temporada, vou me reunir com o Manchester City e discutir o que é melhor para os dois lados. Estamos na metade da temporada e, por enquanto, nossa prioridade é ganhar troféus importantes. Podemos ganhar três, zero ou um. Agora não é uma boa altura para falar sobre o meu futuro”, declarou Bernardo, que havia indicado que teria vontade de deixar o clube, durante a última janela de verão na Europa, e tinha o Barcelona como provável destino. O técnico Pep Guardiola não barrou a saída, mas pediu para que o português, bem como qualquer um que se sentisse insatisfeito, apresentassem uma boa justificativa.
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Bernardo Silva ainda contou sobre o drama da solidão em Manchester durante o período de isolamento.
“Estou habituado ao trânsito e ao barulho […]. Há quem não goste, mas gosto de estar perto das coisas, caso precise cortar o cabelo ou até ir às compras”, diz. “Foi difícil porque estava longe da minha família. Antes, ia alguns dias a Portugal e jantava com a minha mãe e o meu pai. Não poder fazer isso foi difícil. Não foi um bom momento, para ser honesto. Estava sozinho no meu apartamento, a minha namorada só veio mais tarde. Via nos rostos dos meus companheiros que era difícil para eles também”, completou.
“Estava me sentindo um pouco sozinho na Inglaterra na altura e não estava muito feliz com a minha vida. E se você não está feliz, não fará seu trabalho tão bem quanto se estivesse”, comentou e completou: “Conversei com o clube porque não estava feliz com a minha vida aqui e queria estar mais perto da minha família. Mas [querer sair] não tinha nada a ver com o clube. Eu amo o Manchester City. Amo meus companheiros, os torcedores, amo o clube. Eu fiquei e sempre darei o meu melhor por este clube enquanto estiver aqui”.